Unimos natureza e ciência para cuidar de você

Perda de memória ou lapsos frequentes? Chaves para saber quando se preocupar

Perda de memória ou lapsos frequentes? Chaves para saber quando se preocupar

Publicado: 1 Outubro, 2024 - Actualizado: 7 Janeiro, 2025 | 8'

¿Quem não se esqueceu alguma vez de levar as chaves de casa, o telefone móvel ou algum elemento da lista de compras? Todos nós esquecemos algumas coisas várias vezes ao dia ou perdemo-las por não nos lembrarmos onde as deixámos.

Mas ¿como saber se isso é normal devido a pura distração ou se se deve a outro problema maior? Nós contamos-te.

O que é a perda de memória?

A perda de memória é a incapacidade de reconhecer uma informação previamente adquirida.

Esta aparente “disfunção” às vezes está apenas relacionada com um mecanismo de reajuste cerebral para evitar a saturação de informação não relevante. Contudo, com o passar do tempo, a nossa capacidade de recordar reduz-se progressivamente.

Tipos de perda de memória

Tipos de perda de memória

Durante o envelhecimento, ocorre uma menor eficiência do funcionamento cognitivo, o que pode estar associado a perdas de memória consideradas normais. Aqueles esquecimentos relacionados principalmente com a idade e que não impedem o desenvolvimento das atividades diárias, podem ocorrer de forma pontual sem se relacionarem com qualquer afeção.

Consoante a duração da perda de memória ocasionada, esta pode apresentar-se de duas formas:

  • Perda de memória transitória: existem certas situações que podem causar sintomas como esquecimentos ou perda da memória a curto prazo. Por exemplo, a nível físico pode dever-se à deficiência de certos nutrientes, consumo de álcool, desidratação, reação a certos compostos ou lesões na cabeça. Também podem ocorrer situações a nível emocional que afetam a memória, como períodos de stress, situações traumáticas ou eventos importantes.
  • Perda permanente de memória: a perda de memória não reversível ocorre em estados de demência ou em algumas condições como o Alzheimer.

Perda de memória repentina

Os estados de confusão e perda de memória repentina de várias horas de duração, também conhecidos como amnésia global transitória, normalmente surgem como consequência de estados de alerta pontuais.

Durante estes episódios, a pessoa não é capaz de gerar novas memórias, portanto, não pode recordar os eventos do passado recente e do presente. Por exemplo, não se lembrar do motivo de ir a determinado lugar ou de como chegou lá.

Normalmente afeta adultos de meia-idade ou de idade avançada e estes episódios costumam melhorar em algumas horas, sendo possível em alguns casos começar a recordar completamente os acontecimentos ocorridos durante o episódio.

Causas da perda de memória em adultos

As causas mais frequentes de perda de memória derivam de mudanças na função cerebral devido ao envelhecimento natural, falhas cognitivas leves ou demência. Embora existam outros fatores que podem levar a uma perda de memória, que pode ou não ser reversível, como vimos anteriormente. Vamos ver as causas de perda de memória mais frequentes:

Fatores médicos que afetam a memória

  • Envelhecimento: conforme envelhecemos, ocorrem mudanças na função cerebral, entre as quais destacamos um declínio do desempenho da memória. Geralmente, a capacidade para armazenar novas memórias diminui, exigindo maior frequência de repetição dos estímulos para que possam ser armazenados, e, tudo isso, implica que as pessoas devem realizar um esforço maior para recuperar fatos ou memórias.
  • Deterioração cognitiva leve: trata-se de uma alteração da memória, superior àquela que corresponde à idade, mas inferior nos casos de demência, que não é suficientemente grave para afetar o dia a dia. No entanto, com o passar dos anos, pode desencadear demência.
  • Demência: nestes casos, a perda de memória caracteriza-se por um “apagamento total” de um acontecimento e não apenas do detalhe, apresentando uma disfunção severa do funcionamento cognitivo. Este tipo de disfunção sim afeta as tarefas cotidianas, pois pode ocasionar dificuldade em recordar como fazer coisas habituais, como chegar a lugares conhecidos ou esquecer obrigações como pagar contas, desligar aparelhos eletrônicos, etc.
  • Existem outras causas que podem ocasionar perda de memória associada, como certos compostos que provocam confusão ou esquecimentos, ou condições como hipotiroidismo, a deficiência de vitamina B12, lesões cerebrais leves ou traumatismos cranioencefálicos, AVC, etc.

Impacto do stress e da depressão na memória

perda de memória

Os fatores estressantes, como certas situações no âmbito pessoal (falecimento de um familiar, separações ou mudanças, por exemplo), a nível laboral (exigências pontuais ou aumento de responsabilidades), assim como outros mudanças ambientais ou dietárias, também interferem na formação da memória e na hora de recuperar uma memória. Isso acontece porque durante estas situações de stress, as preocupações mantêm a atenção na circunstância pontual. Estes estados conhecidos como estressantes afetam a memória de várias maneiras, existindo casos em que se pode ver favorecida a capacidade de memória, quando o fator estressante tem uma intensidade entre leve e moderada e é de curta duração.

As alterações afetivas e do estado de ânimo, como a depressão ou a ansiedade, podem interferir com a capacidade de atenção e concentração, que pode derivar na incapacidade de criar novas memórias e retê-las a curto prazo.

No caso da depressão, pode ocasionar perdas de memória semelhantes à demência, embora a principal diferença com esta condição seja que, nas perdas de memória associadas à depressão, existe consciência da perda de memória. Não ocorrem esquecimentos de acontecimentos importantes ou atuais.

Sinais de alerta na perda de memória

Algumas das sinais mais características que podem ser motivo de preocupação e são observadas em pessoas com perdas de memória são:

  • Confusão mental, falta de atenção e desorientação.
  • Dificuldade em realizar tarefas do dia a dia.
  • Sintomas de depressão, como a perda de apetite, dificuldade para dormir, e até mesmo pensamentos suicidas.
  • Tonturas, dificuldades com a linguagem, dores de cabeça, perturbações visuais e apatia.

Nesses casos, recomenda-se consultar um profissional para que avalie a causa e possa orientar sobre o que é mais adequado. 

Perda de memória em pessoas idosas

Como mencionámos anteriormente, à medida que envelhecemos, o nosso cérebro também sofre alterações a nível neuronal. Assim, essa diminuição da função cerebral implica que seja necessário um maior esforço para recuperar uma memória ou adquirir novos conhecimentos. 

Dessa forma, em idades avançadas, é importante prestar atenção para saber distinguir o que pode ser um simples esquecimento de alterações da memória. 

Quando uma perda de memória não é normal

Por norma, as condições associadas à perda de memória interferem nas tarefas do dia a dia, como:

  • Fazer as mesmas perguntas várias vezes numa mesma conversa.
  • Esquecer o caminho para casa ou estabelecimentos habituais.
  • Não conseguir seguir instruções de alguma indicação ou receitas.
  • Negligenciar tarefas rotineiras como a higiene pessoal, alimentar-se à hora habitual, desligar aparelhos eletrónicos, etc.
  • Confundir-se com o tempo ou locais. 

Normalmente, nestes casos, os familiares ou amigos mais próximos são os que começam a perceber estas mudanças. Quando estas situações persistem, é aconselhável procurar um profissional juntamente com a pessoa afetada para que determine a importância da perda de memória e se encaminhe para um especialista, se o considerar necessário, ou realize testes que determinem a sua origem. 

Manejo da perda de memória

O nosso cérebro é um músculo que requer nutrientes para o funcionamento correto. Assim, manter uma dieta saudável, juntamente com um descanso adequado e a prática de exercício será benéfico para todo o organismo, incluindo o cérebro também, ao longo de toda a nossa vida.

Nos casos em que se começam a perceber situações em que a função cognitiva não opera de forma adequada, existem algumas diretrizes que podemos implementar para ajudar, como: 

  • Esforçar-se por prestar atenção ou aprender dados novos todos os dias.
  • Seguir uma rotina diária e fazer listas das tarefas a realizar.
  • Evitar situações de stress ou aprender a lidar com elas através de atividades que ajudem a relaxar a mente.
  • Dormir o suficiente e tentar manter uma rotina de sono igual todos os dias.
  • Buscar ajuda se experienciamos sentimentos negativos ou tristeza de forma persistente.
  • Permanecer tempo com amigos ou familiares e realizar atividades em grupo.
  • Realizar exercícios para exercitar o cérebro como quebra-cabeças, sopas de letras, recordar acontecimentos passados, ler, associar imagens com usos ou datas, etc.

Alimentos e suplementos para a perda de memória

A alimentação também é um fator chave para o correcto desenvolvimento da função cognitiva e do bem-estar mental. Podemos encontrar nutrientes como as vitaminas C e E, e minerais como o zinco, que oferecem propriedades antioxidantes, e combatem o stress oxidativo que afeta a função cognitiva e a memória, assim como as vitaminas do grupo B que favorecem as conexões nervosas e a produção de neurotransmissores.

Os aminoácidos como a tirosina e a carnitina desempenham um papel fundamental na memória, visto que têm efeito no mecanismo de neurotransmissão, responsável pela resposta cerebral. 

Outros ingredientes de origem vegetal também são úteis para oferecer propriedades benéficas na função cognitiva, como a bacopa, a rodiola ou a melena de leão.

Todos eles podemos encontrá-los sob a forma de suplementos que complementem a ingestão diária de alimentos e que potenciem estes ingredientes chave na nossa dieta, promovendo o bem-estar cognitivo.

Se quer saber mais sobre saúde…

  Referências


Conteúdo revisto pelos especialistas da área de Informação Científica de MARNYS. Este artigo é informativo e não substitui a consulta a um especialista.



DESCUBRA O CATÁLOGO DE PRODUTOS MARNYS