"Se não tiver disciplina e mentalidade de ferro, a paixão por este esporte pode se voltar contra você"
Belén González é corredora da primeira equipe feminina de ciclismo profissional na Região de Múrcia, promovida pela Fundação Marcelino Oliver. Ela nos conta como o projeto nasceu e como as ciclistas se preparam para competir neste exigente esporte.
Conversamos com Belén González, corredora da equipe de ciclismo feminino Soltec Team Costa Cálida.
1. O Soltec Team Costa Cálida nasce de mãos dadas com a Fundação Marcelino Oliver, uma entidade sem fins lucrativos que ajuda ciclistas vítimas de acidentes de trânsito. Para conhecer um pouco mais da história da equipe, conte-nos, como e quando surgiu este projeto esportivo?
Este projeto nasceu no ano passado com a entrada da empresa de Energias Renováveis Soltec, que lançou a equipe na Volta da Colômbia, onde o Soltec Team tem uma equipe de desenvolvimento. O Soltec Europa começou neste mesmo ano. Somos uma equipe jovem nas estradas, mas, graças ao apoio das empresas que apostam em nós, estamos em plena expansão e crescimento.
2. Quantas corredoras fazem parte da equipe?
A equipe é composta por Camila e Karol Muñoz da Colômbia, Maryoli da Venezuela; Tess da República Dominicana, Tesfay da Etiópia e 6 espanholas, incluindo eu, que sou de Múrcia.
3. O que te motivou (ou motivou você pessoalmente) a se envolver neste projeto?
Em nível pessoal, o que me animou foi o fato de que iria crescer como atleta e profissional neste esporte. Além disso, a linha que os patrocinadores seguem se encaixa com minha maneira de ser e ver a vida, já que eles demonstram uma grande preocupação com o meio ambiente, promovem uma alimentação saudável e fornecem suplementação de alta qualidade, indispensável para os atletas. Se não fosse assim, não sei se teria motivação suficiente para entrar na equipe.
4. Vocês são a primeira equipe profissional feminina de ciclismo da Região de Múrcia. Você acha que há mais dificuldades para as mulheres neste esporte?
Sim e não. Sim, porque o ciclismo feminino profissional está saindo do casulo e precisa encontrar seu espaço, mas ao mesmo tempo não, porque assim como estamos nascendo, também estamos crescendo. O esporte feminino em geral está em ascensão, e isso pode ser visto no aumento do número de mulheres atletas e nas grandes empresas que decidem apostar em nós e reconhecer nosso esforço dessa forma.
5. Qual é o aspecto mais exigente do ciclismo, em geral?
Para mim, é onde é preciso ter mais força e em que eu trabalho muito é a mente. Pode parecer bobagem, mas um ciclista pode gerar muitos watts, mas se não se exigir também mentalmente nos momentos de sofrimento (e não são poucos), pouco ou nada se consegue. No final das contas, passamos muitas horas em cima da bicicleta, deixando de lado outras coisas como vida social, familiar e outros hobbies, e se não tivermos disciplina e uma mentalidade "de ferro", a paixão por este esporte pode se voltar contra nós.
6. A estreia de vocês foi no I Women Cycling Pro Costa de Almería, mas o calendário de compromissos os levará a destinos nacionais e internacionais. Alguma competição especialmente exigente que vocês têm marcada no calendário?
Neste momento, todas estamos focadas na Volta da Andaluzia, que acontecerá nos dias 3, 4 e 5 de maio. São três etapas consecutivas e bastante exigentes, onde mediremos nossas forças com equipes ProTour, então todas estamos nos preparando há semanas.
7. Como vocês se preparam para essas competições?
Investindo muitas horas de qualidade em cima da bicicleta, descansando o máximo possível entre as sessões e comendo adequadamente, não existe nenhum truque além disso se as coisas forem feitas corretamente.
8. Qual é a rotina de treinamento habitual? Como vocês se organizam durante a semana?
Tentamos manter um horário fixo para treinar, embora às vezes seja difícil conciliar com a vida familiar e profissional. No meu caso, acordo cedo durante a semana para poder treinar antes de ir para o trabalho e reservo outro horário à noite quando chego em casa para treinar mais uma hora, embora a organização dependa do volume de treinos naquela semana e das horas que tenho que cumprir.
9. Quais partes do corpo são mais afetadas ao praticar ciclismo? Como vocês cuidam delas?
A parte do corpo que mais sofre são as pernas, que são nosso motor, principalmente a parte do quadríceps e isquiotibiais. O cuidado no final das contas é baseado em treinar bem, descansar ou tentar descansar quando não está treinando, fazer sessões regulares com fisioterapeutas e usar suplementos que nos ajudem a recuperar a musculatura mais rapidamente.
10. No seu caso, você também é nutricionista. Vocês cuidam da nutrição para ter o máximo desempenho? Como fazem isso?
Com certeza. Treinar intensamente não adianta muito se não fornecermos ao nosso organismo todos os alimentos e nutrientes que ele precisa.
No meu caso, como nutricionista profissional, tenho minha dieta estruturada de acordo com o treinamento que faço a cada dia, pois as necessidades calóricas podem variar bastante de um dia para outro. Mas, como uma ideia geral, minha alimentação é baseada na dieta mediterrânea, pois é a mais completa do ponto de vista nutricional e está de acordo com minhas necessidades energéticas diárias.
11. Vocês complementam a dieta com suplementos esportivos? Quais suplementos vocês tomam na equipe?
Sim, acho muito importante fazer isso devido ao esforço físico ao qual estamos submetidas em nosso dia a dia.
De forma geral, na equipe consumimos vitaminas lipossomais, que são absorvidas mais rapidamente; minerais como magnésio, que ajudam na fadiga muscular e cuidam do sistema nervoso; proteínas para acelerar a recuperação das fibras musculares; ômega 3 para reduzir a inflamação após os treinos e prevenir problemas cardiovasculares; e caseína de recuperação para ajudar a descansar bem e ajudar na reparação muscular enquanto dormimos.
12. Quais benefícios você obtém com a suplementação esportiva?
A recuperação é fundamental no ciclismo, já que poucos esportes são praticados em alto nível por vários dias seguidos, ou até mesmo semanas, se pensarmos em grandes voltas.
Os músculos sofrem muito e se danificam a cada etapa, então é sempre bom contar com ajuda além da alimentação e das massagens. Aí é onde entra a suplementação, que nos ajuda a ir mais fundo nos momentos de descanso e a acelerar a recuperação muscular, reduzindo a fadiga e ajudando no sono.
13. Você acha importante que a suplementação esportiva seja natural, como é o caso da MARNYS® e MARNYS SPORTS®?
Acho um aspecto fundamental na hora de escolher um suplemento, que seja natural. Digo isso porque, além do fato de que os sabores são mais suaves (já que muitos suplementos têm um sabor artificial), por se dissolverem melhor no leite ou na água e nos assegurarem de que estão livres de substâncias proibidas, aspecto vital para nós.
14. Por fim, que recomendação ou conselho você daria a uma mulher que queira se dedicar ao ciclismo profissional?
Para trabalhar duro e ter dedicação e entusiasmo. Todos treinam maravilhosamente bem e com vontade quando o sol está brilhando, não há muito vento e o dia está favorável, mas nos dias de chuva, de vento e todas as horas que passamos treinando sozinhas, só podemos superar isso mantendo esse entusiasmo e paixão por este esporte tão bonito e desafiador.